Descrição dos Materiais
As esculturas são construídas a partir de uma fusão de elementos diversos — plástico, alumínio, ferro, cobre, madeira, além de composições de pó de ferro, pó de alumínio e pó de madeira.
Cada matéria, moldada e sobreposta, cria texturas e contrastes que evocam tanto a força da tradição quanto a leveza do gesto.

O diálogo entre o orgânico (madeira) e o industrial (metais e plásticos) traduz a essência da obra: a ancestralidade dos Maasai reinventada em matéria contemporânea.

Esta série escultórica é uma homenagem à força, à espiritualidade e à tradição do povo Maasai, uma das culturas mais reconhecidas da África Oriental. Cada figura, moldada com materiais que remetem tanto à rusticidade quanto à resistência, traduz não apenas a imagem de guerreiros e guardiões, mas também a essência de uma vida conectada à terra, aos animais e ao sagrado.

Os Maasai veem o gado como fonte de riqueza e identidade, acreditando que Enkai, seu deus supremo, entregou-lhes todos os rebanhos. A relação com a natureza e com o divino está presente em seus ritos de passagem, nas danças que celebram a vida e na coragem dos Moran — jovens guerreiros que representam vitalidade e bravura.

As esculturas capturam gestos em movimento: o salto ritual (Adumu), o lançamento da lança, a vigília silenciosa ou o repouso meditativo. Cada posição é carregada de simbolismo — de proteção, fertilidade, coragem ou conexão espiritual.
Os adornos, escudos e lanças, reinterpretados nos materiais da obra, tornam-se signos visuais da resistência cultural e da beleza estética desse povo.

Mais do que guerreiros, os Maasai são guardadores de memória, preservando tradições ancestrais em meio às transformações do mundo contemporâneo. Esta série busca imortalizar essa herança, transformando ferro, madeira e metal em corpo, espírito e história.